História

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História do Futebol de Mesa

Futebol de Mesa tem hoje mais de 100 anos de existência. O antigo jogo de botão, que é reconhecido desde 1988 pelo antigo Conselho Nacional de Esportes a época ligado ao Ministério da Cultura, (hoje Secretária do Esporte), como um esporte, é praticado por uma legião de adeptos no Brasil e no exterior.

Ubirajara Godoy Bueno, saudoso botonista, no seu livro “Botoníssimo” (Livro 1 – 1998) diz: “As origens de vários jogos foram reveladas através do rastreamento da História da Humanidade com base nos registros preservados ao longo do tempo e outras evidências. Quando isto não é possível, resta-nos apenas suposições ou histórias que não passam de lendas.”

Não se sabe ao certo onde e exatamente como surgiu o “jogo de botões”. A principio era uma brincadeira e que veio a se transformar em um esporte reconhecido com muitos praticantes e admiradores além de ter uma enorme diversidade de regras e materiais praticados regionalmente e nacionalmente. Vamos contar um pouco deste esporte tão antigo e considerado por muitos bem brasileiro.

Duas brincadeiras de criança  podem ter dado origem ao esporte: o jogo da pulga ( muito praticado na Europa, principalmente na Inglaterra) que consistia em pressionar uma ficha com outra fazendo com que esta saltasse para um determinado alvo, o gol, que seria um recipiente feito de vidro, madeira, plástico ou até papelão, sobre uma superfície lisa coberta por um tecido. Este jogo foi destaque no livro “Os Melhores Jogos do Mundo” da editora Abril.

Veja abaixo uma breve descrição extraída do referido livro:

“Este jogo de destreza é muito popular em vários países da Europa e nos Estados Unidos, tanto entre as crianças como entre os adultos. Na Inglaterra, por exemplo, existem vários clubes e associações que se destinam exclusivamente à sua prática. Um dos maiores jogadores do país é o Príncipe Charles. A semelhança estaria no fato de que essa ficha pressionada por outra, seria o botão pressionado pela palheta, com a diferença que no jogo da pulga a ficha salta em direção ao alvo, e no futebol de mesa, o botão desliza sobre a mesa para acertar a bola e fazer com que esta, sim, vá até o seu destino que seria a baliza, tendo ainda que transpor uma barreira que é o goleiro.”

A outra hipótese, é que poderia ser derivado de um jogo praticado com três tampinhas de garrafa, no qual com o dedo da mão fazia-se com que esta tampinha passasse entre duas outras, por três vezes, sem esbarrar nas demais até chegar ao seu alvo, que seria o gol. A explicação para este jogo evoluir até o futebol de mesa seria que ao invés de empurrar a tampa com o dedo, passou-se a usar outra tampa, que seria a palheta, e no lugar da primeira tampa, o botão. E a exemplo do jogo da pulga, onde a ficha saltava para o gol, nesse jogo a tampa seria também impulsionada para o gol. Diferentemente do futebol de mesa, o botão atinge a bola para que esta chegue ao gol.

Mas o futebol, esporte mais popular do mundo, é quem com certeza foi o grande inspirador para a criação do futebol de mesa. Botões de qualquer tipo de roupa, casacos e camisas, eram as primeiras peças utilizadas para se jogar, por isso o nome de futebol de botão. Botões maiores se transformavam nos “zagueiros” e menores viravam “atacantes”, fazendo uma analogia com o futebol.

Jogava-se inicialmente nas calçadas que passaram a representar os campos de futebol. Riscava-se com giz, tijolo ou algo que pudesse marcar o seu desenho, porém não deslizavam muito bem e posteriormente passou a ser jogado em pisos de cerâmica, madeira ou mármore até chegarmos às mesas de jantar, que proporcionava aos praticantes maior facilidade de jogar e não precisavam jogar agachado no chão.

Geraldo Cardoso Décourt (14/02/1911 – 27/05/1998) foi um dos grandes divulgadores e difusores do que nós conhecemos hoje como futebol de mesa no Brasil (e não o fundador como muitos dizem). Por volta de 1928, Décourt criou o Celotex, que era o material usado para a confecção dos botões. Lança na mesma época o primeiro livro de regras publicado.

Vale salientar que esta regra não é mais utilizada, porém foi aprimorada e foi fundamental para o que é hoje utilizado nas mais variadas regras existentes no esporte.

Foi noticiada pelo jornal A Noite Esportiva em 1930 uma reportagem sobre o Celotex:

O Football Celotex é um “sport” de mesa, no qual, em cada jogo, tomam parte dois amadores, que por sua vez representam dois “teams” formados por onze botões, assim distribuídos: um guardião, dois zagueiros, três médios e cinco “dianteiros”. Como se vê, o número de botões é idêntico ao número de players do “Football Association”. Para ser iniciado cada match é necessário que os vinte e dois botões estejam nas respectivas posições em mesa e, então, o desfavorecido pelo “toss” dará o “kick-off”, com o centro avante, o qual estenderá um passe para um dos lados, onde um outro botão do mesmo “team” impulsionará a bola, dando assim início ao jogo.

Como se vê, enquanto um segundo botão do “team” favorecido com a saída inicial não tocar na bola, não valerá “goal”. Procedida a saída, o outro amador, chamado de B, jogará com um de seus botões uma vez e assim, sucessivamente, um de cada vez até que seja registrada alguma falta. A única ocasião em que cada amador poderá jogar duas vezes seguidas é, pois, no momento da saída do centro. Depois de cada “goal” a bola deverá ser colocada no centro da mesa, e o “team” que tiver sido vasado dará a saída. No Football Celotex considera-se “foul” quando um botão do “team” A roçar noutro do “team” B, sem que antes tenha “tocado” na bola.

Considera-se hands (coisa raríssima) quando um botão do “team”. A ficar sobre a bola. Neste caso, se for o guardião o “infractor”, proceder-se-á ordenando um “carring”, valendo “goal” direto. No “foul” e no “hands” valem “goals directos”, e se as respectivas penalidades forem consignadas dentro da área perigosa ordena-se um “penalty”. O “out-ball” é batido no lugar onde sair a bola, sendo que para ser valido um “goal”, procedente desta pena, é preciso que a bola toque em qualquer outro botão, antes de entrar na linha de “goal”. Nas saídas de “goal” ou, melhor, nos “goal kicks”, não será consignado o ponto proveniente da referida falta diretamente, mas sim depois que a bola tenha sido tocada propositalmente. Sempre que houver qualquer falta, os botões poderão ser removidos ou colocados pelas mãos dos patrões em lugares da mesa que estes julguem convenientes. Os botões-guardiões só impulsionam a bola nos “goal-kicks”, e fora disso eles poderão ser colocados pelos patrões em qualquer momento da partida, mas antes que seja desferido o tiro a “goal” e não depois do tiro ser dado.

O tamanho oficial da mesa é de 1m,20 de largura por 2m,40 de comprimento. Essas medidas são de dentro do campo, sendo que a parte que ficar externando a marcação quanto maior for melhor será. As mesas devem ser feitas com um material americano feito das fibras do bagaço da cana-de-açúcar ou, então, de madeira coberta com um pano verde, próprio para cobrir mesas de jogo. Aconselho estes dois exemplos pelo fato de ser necessário que a superfície não seja escorregadia. ”

Décourt conquistou o reconhecimento e admiração de uma legião de praticantes por sua incansável dedicação em colocar a brincadeira como um dos entretenimentos mais populares do Brasil. Nascido em Campinas/SP, foi pintor, escritor, compositor e ainda o maior propagador do futebol de botão aqui no nosso país. O dia 14 de fevereiro dia do seu nascimento foi oficializado pelo governador Geraldo Alckmin, no ano de 2001, (segundo informou o saudoso Izo Goldmann, um dos que muito trabalharam em prol deste reconhecimento) o “Dia do Botonista”

Em 1998 o Departamento de Futebol de Mesa da “A Hebraica”, clube paulista, encaminhou à Federação Paulista de Futebol de Mesa a sugestão para que o dia 14 de fevereiro (data de nascimento de Geraldo Decourt) fosse oficializado como “DIA DO BOTONISTA”. Em 11 de junho do mesmo ano, durante o X Campeonato Brasileiro de Futebol de Mesa, a F.P.F.M. oficializou a data.
Em junho de 1999, durante o XI Campeonato Brasileiro de Futebol de Mesa a Federação Paranaense apoiou oficialmente a idéia. Aí começou um trabalho que envolveu o Della Torre, Dona Edda Decourt, Célia Atienza (irmã do Geraldo Atienza) e eu Izo Goldman.

Em 2000 o Deputado Ramiro Meves apresentou o Projeto de Lei 169/2000 que instituía o “Dia do Botonista” a ser comemorado em 14 de fevereiro.

Finalmente a Lei Nº 10.833 de 02 de julho de 2001 dizia: “Institui o “Dia do Botonista”. O Governador do Estado de São Paulo
Faço saber que a Assembléia Legislativa decreta e eu promulgo a seguinte lei:

Artigo 1º – Fica instituído o “Dia do Botonista”, a ser comemorado, anualmente, no dia 14 de fevereiro.

Artigo 2º – Esta lei entra em vigor no dia de sua publicação.

Palácio dos Bandeirantes, 02 de julho de 2001. Geraldo Alckmin, Governador, Marcos Arbaitman – Secretário de Esportes e Turismo
João Caramez – Secretário Chefe da Casa Civil, Antonio Angarita – Secretário do Governo e Gestão Estratégica. Publicado na Assessoria Técnico-Legislativa aos 02 de julho de 2001.

Décourt foi um incansável divulgador e organizador de eventos de futebol de mesa, o que propiciou o desenvolvimento do esporte, assim como sua popularização, por isto tão justa homenagem, homenagem esta que caberia também e perfeitamente a:

Antonio Maria Della Torre, (10/05/1942 – 10/10/2000) saudoso amigo e grande parceiro e admirador de Decourt, que arregaçou as mangas e trabalhou como um verdadeiro apaixonado pelo esporte, ajudando a divulgar e fomentar o esporte pelo Brasil afora, nas diversas modalidades sendo inclusive campeão brasileiro no Campeonato Brasileiro da categoria que aconteceu em 1982, em São José dos Campos (SP).

A seguinte matéria foi veiculada: Aconteceu em São José dos Campos estado de São Paulo, o primeiro Campeonato Brasileiro para unificar as regras nacionais, e teve como vencedor o botonista Antonio Maria Della Torre (botonista consagrado e de préstimos inestimáveis para o esporte). Também foi o autor da primeira versão das Regras Oficiais do Futmesa na modalidade 12 toques. Della Torre reuniu-se com as diversas lideranças existentes na época, em prol de regularizar, reconhecer e fundar uma entidade nacional do esporte. Ele foi responsável pela refundação da Federação Paulista de Futebol de Mesa (com a sua regularização definitiva) em 1983, sendo que a mesma havia sido fundada de fato em 1962, porém, ficou inativa e funcionando precariamente por diversos anos. Foi Presidente após a regularização  nas gestões dos anos de 1983 a 1984, 1988 a 1990 e de 1999 a 2000 quando veio a falecer. Foi também responsável pela fundação da CBFM – Confederação Brasileira de Futebol de Mesa em 06 de setembro de 1992, na sede da AABB de Curitiba cidade de Curitiba no estado do Paraná, onde estavam presentes as seguintes entidades do esporte: Federação Pernambucana de Futebol de Mesa; Federação Paulista de Futebol de Mesa; Federação Paranaense de Futebol de Mesa e Federação Amazonense de Futebol de Mesa. A ata está registrada na cidade de Curitiba, no 1º cartório de ofício, reunião esta aonde foi eleito o primeiro presidente da entidade o senhor Paulo Roberto Santos Albuquerque, tendo como Vice Presidente o senhor Antonio Maria Della Torre; na mesma reunião foi aprovado o primeiro estatuto da entidade. Assim como Decourt e Della Torre tivemos muitos baluartes do futebol de mesa, cada qual em sua modalidade e em seu Estado. Podemos citar através de uma rápida cronologia:

Cronograma

Em 1910 – Surge o que poderia ser chamado de jogo de botões. 

Em 1930 – Geraldo Decourt publica, pela primeira vez no Brasil, um Livro de Regras de Futebol de Mesas; com o nome “REGRAS OFFICIAES DO FOOT-BALL CELOTEX”.

Em 1945 – o jornalista Fred Mello, do Rio de Janeiro, cria a Regra do “VAI LEVANDO”, que permite um número ilimitado de toques na bola para cada Botonista.

Em 1957 – Geraldo Decourt que residia em São Paulo e que já havia parado de jogar, encontra Eder Jofre que começava no Box profissional. Eder indica a Decourt o Grêmio Dramático Luso Brasileiro, no Bairro do Bom Retiro, onde se reuniam alguns Botonistas. Assim, Geraldo Decourt volta a jogar.

Em 1961Lenine Macedo de Souza, fundou a primeira federação de futebol de mesa do Brasil, a “Federação Riograndense de Futebol de Mesa”, com sede na Cidade Baixa em Porto Alegre, utilizando uma regra desenvolvida por ele com o nome de “Regra Gaúcha”.

Em 1962 – é fundada a Federação Paulista de Futebol de Mesa.

Em 1966 – Antonio Maria Della Torre começa a jogar no Clube Riachuelo onde conhece Geraldo Decourt. O Botonista Getúlio funda a Liga Carioca de Futebol de Mesa.

Em 1967 – Oldemar Seixas (Bahia) e Adauto Celso Sambaquy (Rio Grande do Sul) encabeçam a Comissão que cria a Regra Brasileira de Futebol de Mesa. Nesta época começa o uso de “tampa de relógio” no Futebol de Mesa. As “tampas” eram na verdade, a cobertura transparente do mostrador de relógios de bolso. Esta reunião aconteceu no estado da Bahia com a intenção de unificar as regras de futmesa praticadas principalmente nos estados do Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco, Sergipe, Rio Grande do Norte e Paraíba. Surgia então a atual “Regra Brasileira Um Toque Disco”. A comissão original da Regra Brasileira foi composta por Ademar Carvalho, Nelson Carvalho, Roberto Dartanhã e Oldemar Seixas, pela Bahia, Adauto Celso Sambaquy e Gilberto Ghizi pelo Rio Grande do Sul.

Em 1970 – aparecem os primeiros botões de acrílico, redondos e com um furo central, confeccionados pelo artesão Lorival de Lima.

Em 1971 – é fundada a Associação Carioca de Futebol de Mesa.

Em 1972 – surgem os botões “Brianezi”, industrializados por Paulo Brianezi. Eram de acetato de celulóide e decorados com números e escudos dos principais Clubes do Brasil, logo em seguida surgem os botoões Cracke’s do botonista Guilherme Biscase e Antonio Carlos, com sede na Mooca e os botões da Crake’s do Luiz Gonçalves da Silva que ficava localizado a época da galeria 24 de maio no centro da cidade de São Paulo, capital.

Em 1975 – Geraldo Decourt, Antonio Maria Della Torre e mais alguns Botonistas fundam o “BOTUNICE” Clube de Botonistas (BOTonistas UNIdos dos Campos Elísios).

Em 1982 – é realizado, em São José dos Campos, São Paulo, um Campeonato Brasileiro de Futebol de Mesa. Antonio Maria Della Torre sagrou-se campeão. No mesmo ano é fundada a FEFUMEJ – Federação de Futebol de Mesa do Estado do Rio de Janeiro em 6 de setembro de 1982.

Em 1983 – Antonio Maria Della Torre é eleito Presidente da Federação Paulista de Futebol de Mesa, que, a partir de então, passa a atuar efetivamente para o esporte.

Em 1985 – No ano de 1985 nascia na Rua Inocêncio de Carvalho, bairro do Tororo, a Federação Baiana de Futebol de Mesa.

Em 29.09.1988 – o CND (Conselho Nacional de Desportos) dá ao Futebol de Mesa a categoria de ESPORTE,  graças ao trabalho incansável e incessante de um grupo de abnegados,  entre os quais: Antonio Maria Della Torre, de São Paulo, Roberto Dartanhã, da Bahia, Antonio Carlos Martins do Rio de Janeiro, Claudio Schemes do Rio Grande do Sul, José Ricardo Caldas e Almeida, de Brasília, liderados pelo “Papa” do futebol de mesa brasileiro, Geraldo Décourt, o futebol de mesa é reconhecido como esporte pelo Conselho Nacional de Desportos. A partir daí o CND passa a considerar três regras oficiais de futmesa no Brasil: a “Regra Brasileira Um Toque Disco”, criada na Bahia em 1967, a “Regra Paulista 12 Toques Esfera de Feltro” e a “Regra Carioca 3 Toques Esfera de Feltro”.

Em 1989 – é realizado o 1º Campeonato Brasileiro de Futebol de Mesa na Modalidade de “12 Toques”, promovido pela Federação Paulista de Futebol de Mesa no Clube Atlético Indiano, competição que teve como Campeão o paulista João Luiz Gil.

Em 27.09.1992 – em Curitiba, com a presença das Federações Amazonense, Paranaense, Paulista e Pernambucana de Futebol de Mesa, é fundada a Confederação Brasileira de Futebol de Mesa, sendo eleito como Presidente Paulo Roberto dos Santos Albuquerque.

De 30.05.1997 até 06.09.1998 o Presidente, eleito em Londrina, é Elcio Vicente Buratini, e é reeleito, no Rio de Janeiro, para o período de 07.09.1998 até 06.09.2001.

Em 27.05.1998 – falece Geraldo Decourt que, em 17.12.1983 havia recebido da F.P.F.M. O título de “Patriarca do Futebol de Mesa Paulista”.

Em 20.06.1998 – durante a realização do X Campeonato de Futebol de Mesa, por sugestão do saudoso Botonista Izo Goldman, a F.P.F.M. por oficio ao Governo do Estado a data de 14 de fevereiro como Dia do Botonista, o que foi feito em 2000.

A Década de 90 – mostrou um grande desenvolvimento do Futebol de Mesa.
Os Campeonatos Brasileiros disputados ininterruptamente de 1989 até 2000, em São Paulo e no Paraná, são um retrato desse desenvolvimento e crescimento do Esporte. Ainda na década de 90 a Federação Paulista de Futebol de Mesa que, desde 1980, vinha mantendo grande atividade, realiza anualmente o Campeonato por Equipes, o Torneio Inicio, o Campeonato Paulista Individual, a Taça São Paulo de Futebol de Mesa, os Torneios Abertos, nas categorias A1, A2, B, Juvenil (para Equipes), e, Ouro, Prata, Bronze, Extra, Juvenil Ouro e Juvenil Prata (para individuais).

Em 2000 – o Futebol de Mesa sofre uma grande perda: falece Antonio Maria Della Torre, às vésperas de sua reeleição para Presidente da Federação Paulista de Futebol de Mesa. Ainda em 2000 o Deputado Ramiro Neves apresentou na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, um projeto de Lei oficializando o dia 14 de Fevereiro como Dia do Botonista. Em 14 de Fevereiro de 2001 o Projeto foi aprovado na Comissão de Esportes, foi posteriormente levado a Plenário e transformado em Lei Estadual.

Em 2001 – sob a Presidência de Elvio José de Souza, a Federação Paulista de Futebol de Mesa realiza um trabalho de reorganização total nos seus Arquivos e Registros. Renova e padroniza o material de jogo, mesas, cavaletes, traves e bolinhas. Implementa o uso de Computador nos Campeonatos e Torneios e intensifica o apoio aos Clubes filiados, principalmente aos “novos” Associados, tanto em termos materiais como de Assessoria pessoal. Realiza “Clínicas” de Futebol de Mesa em Clubes que tenham Departamento Esportivo, visando difundir o Futebol de Mesa, o que também é feito com mais intensidade através de Jornais, Revistas e Televisão. Ainda em 2001 consegue uma sala para sede no Conjunto Desportivo Baby Barioni, do Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Esportes e Turismo, no Bairro da Água Branca. Com grande facilidade de acesso, a sede da Federação Paulista de Futebol de Mesa concentrará as atividades do Futebol de Mesa, funcionando como ponto de referência, como local de Reuniões e, contando com o Auditório e Ginásio, poderá sediar Assembléias e/ou Torneios e Campeonatos de Futebol de Mesa.

Em 2003 – Foi disputada em Porto Alegre no Ginásio Gigantinho um importante campeonato aonde todas as regras foram praticadas ao mesmo tempo, regras brasileira, paulista, carioca, dadinho e gaúcha, isto aconteceu nos dias 31 de outubro a 2 de novembro, com a promoção do Sport Club Internacional.

Em 2004 – O futuro presidente da Federação Paulista, José Jorge Farah Neto, da inicio a uma nova era no futmesa com a internacionalização por intermédio de uma maior divulgação do esporte, criando junto com os botonistas, Eduardo Tibiriçá Toscano e Glenn Douglas o site www.futeboldemesanews.com.br um portal de noticias do esporte, que propicia desta forma que em 2007 a primeira seleção brasileira com base paulista formada apelos atletas, Antonio De Franco, Antonio Ramondete de Franco, Paulo Salvador Perrotti, José Cassio Erbiste e José Jorge Farah Neto, sigam viagem ate a Hungria para disputa do primeiro Mundial em que a modalidade esta envolvida, sagrando-se 4º colocado no mundial disputado então na regra do leste europeu o Sectorball, e este grupo planta a primeira sementinha da modalidade 12 toques na Europa, para que no ano de 2009 seja disputado o primeiro mundial em Budapest na Hungria, ai sim com a participação de elenco completo de atletas de futebol de mesa.

Em 2005 – O presidente da Federação Paulista de Futebol de Mesa Erismar Ferreira propõe a Comissão de Regras de 12 toques que após um teste feito no estado de São Paulo, seja retirado o escanteio no chute a gol, fato este que foi aprovado pela comissão e a partir de então isto é feito.

Em 2007 – acontece a ida da primeira delegação brasileira para Hungria com a finalidade de implantar os 12 toques na Europa, fizeram parte desta delegação Antonio De Franco Neto, Tony De Franco, Paulo Perrotti, José Cassio e na chefia da delegação o presidente da CBFM José Jorge Farah Neto. É realizado em Campinas o Brasileiro na modalidade 12 toques com a assistência toda sentada nas arquibancadas para apreciar os jogos finais, um sucesso em organização. Era o primeiro ano de Gestão do presidente da federação Paulista José Jorge Farah Neto que no ano seguinte assumiria também a Confederação Brasileira de Futebol de Mesa, com o intuito de organizar as federações tornando-as mais profissionais e dentro das normas exigidas pelo Ministério do Esporte.

Em 2009 – O primeiro mundial da categoria 12 toques é disputado na Hungria com o Brasil sagrando-se campeão mundial de seleções o selecionado brasileiro e o atleta Marcus Paulo (Quinho) do XV de Agosto de Socorro sagrou-se campeão do 1º Campeão Mundial individual, estiveram presentes nesta campanha brasileira os seguintes atletas, Antonio de Franco, Antonio Ramondete de Franco, Marcelo Lages Ramalhete, Mauro Michilin, Tadeu Sanchis, Carlos Renato Kort o “Bad”, Harutiun Muradian, Christian de Almeida Ballarini, Marcus Paulo Zuccato o Quinho. Na modalidade europeia o Sectorball o Brasil ainda engatinha.

Em 2011 – A CBFM reconhece que a partir de 01 de janeiro de 2012 a regra Dadinho passará a ser a 4ª modalidade disputada no Brasil, totalmente fundamentada e seguindo os tramites legais passando assim a ter sob a égide da entidade as seguintes modalidades, Bola 12 toques, Disco 1 toque, Bola 3 toques e Dadinho.

Em 2012 – Em 01 de janeiro de 2012 o então presidente da CBFM José Jorge Farah Neto, juntamente com o Ronald Neri e o advogado Bruno Romar oficializaram a regra dadinho no Brasil, sendo apresentado o histórico da mesma e a partir desta data suas competições tornam-se oficiais.

Ainda em 2012 – O segundo mundial na modalidade 12 toques por equipes e individual, é disputados no estado Rio de Janeiro na cidade do Rio de Janeiro entre os dias 7 a 10 de junho, na sede do Clube Israelita Brasileiro, com a presença de mais de 250 atletas e convidados, aonde o Brasil viria a sagrar-se bicampeão mundial na modalidade 12 toques, e o atleta do Paraná o Rogério Edison Nascimento, sagrou-se campeão mundial individual, saliente-se também que o Brasil sagrou-se ineditamente Vice Campeão mundial por equipes na modalidade Sectorball aonde a Hungria predomina desde a muito. Neste mesmo evento ficou determinado que os dois próximos mundiais serão disputados em 2015 em Budapest na Hungria e em 2018 sem cidade definida ainda no Japão. A CBFM filia-se a Federação Internacional de Subbuteo, com o intuito de difundir o futebol de mesa na Europa.

Ex-presidentes da Federação Paulista de Futebol de Mesa

Pequeno Histórico da Federação Paulista de Futebol de Mesa

A Federação Riograndense de Futebol de Mesa, primeira entidade deste gênero de esporte no País, fundada em 9 de agosto de 1961, enviou a São Paulo, pela segunda vez, seu presidente Lenine Macedo de Sousa, com a finalidade de colaborar com a fundação, na capital paulista, da que seria a segunda entidade deste esporte.

Em contato com a Associação Cristã de Moços de São Paulo, Associação Atlética Banco do Brasil e Grêmio Esportivo Ultragaz, Lenine conseguiu a adesão destes, sendo os três clubes considerados os fundadores da Federação Paulista de Futebol de Mesa.

As solenidades se deram no dia 31 de outubro de 1962, às 20 horas, no salão nobre da A.C.M., sita à rua Nestor Pestana, 147.

Foram considerados fundadores da FPFM, dentre outros, Décio e Leonildo Zuccaro, Luiz Gonçalves da Silva, Cristão Rosas, Antônio Milletti Junior, Manoel Liñares, Aldo Narcisi, Carlos Belocchio, Francisco Nelson Malanovino, Aloyr Dias Viana, Ferenc Berek Filho, Benedito Moura Linhares e Milton de Souza.

A regra foi oficializada a partir de 11 de novembro de 1962, quando foi lida e aprovada em reunião da diretoria da Federação Paulista de Futebol de Mesa.

São Paulo já contava com algumas entidades dedicadas ao futebol de mesa em atividade, tais como a Liga Paulista, que foi criada nos anos 50 e tinha como presidente Décio Zuccaro, o Carnot Clube, administrado por um dos maiores idealizadores do futebol de mesa, Lauro Fernandes, que alimentou a esperança de muitos dos grandes técnicos que hoje honram o futebol de mesa paulista, e do Grêmio Dramático Musical Luso-Brasileiro, onde, a partir do ano seguinte, seriam realizadas as principais atividades da Federação Paulista de Futebol de Mesa e foi o clube que recebeu Geraldo Cardoso Décourt entre seus associados.

O primeiro campeonato paulista foi disputado em 1963 e contou com a participação de oito clubes, representados por quatro jogadores, tendo conseguido o título de campeão o Grêmio Escola De Franco.

Um fato colaborou e muito para o definitivo crescimento do futebol de mesa na cidade de São Paulo: em outubro de 1963, a TV Record transmitiu ao vivo uma partida entre o campeão mundial de boxe, Éder Jofre, e o líder udenista Deputado Herbert Levi, que teve a assessorá-lo, como técnico-orientador, o presidente da Federação Paulista de Futebol de Mesa, Décio Zuccaro. O árbitro foi Ferenc Berek Filho e, durante o decorrer do jogo foram feitos comentários e descrições dos lances. O resultado desta promoção foi tão grandioso que receberam centenas de telefonemas para esclarecimentos e apoio, o que, afinal, contribuiu para a solidificação da Federação Paulista de Futebol de Mesa.

Na mesma época, Pelé também deu uma força, fazendo uma entrevista de quatro páginas para O CRUZEIRO, exclusivamente sobre o futebol de mesa, saindo uma fotografia abrangendo duas páginas: Pelé jogando contra Coutinho e a legenda: “Pelé e Coutinho na hora da decisão”.

Às 14 horas do dia 21 de março de 1964, nas dependências do Departamento de Esportes e Educação Física do Estado de São Paulo, em Água Branca (SP), aconteceu a reunião do Conselho Nacional de Desportos, sessão presidida pelo deputado Rogê Ferreira e que contou com a presença dos conselheiros Valed Perry, Major Sílvio de Magalhães Padilha, Abílio de Almeida, Natalino Trigineli, Constantino Curi e Sílvio Pedrosa. Entre os assuntos da pauta o pedido de filiação direta ao CND da Federação Paulista de Futebol de Mesa.

A FPFM funcionava na sede do G. D. M. Luso-Brasileiro, na Rua da Graça, 608, em Bom Retiro, enquanto que o Departamento de Relações Públicas, aos cuidados de Luiz Gonçalves da Silva, estava localizado na Rua Dr. Lund, 64, no bairro da Liberdade, para onde deveria ser endereçada toda e qualquer correspondência.

Para 1965, a Federação Paulista de Futebol de Mesa passou a ter outra diretoria, assim constituída: Presidente – Jaime Cadamuro, Vice-Presidente – Carlos B. Casal Del Rey, 1º Secretário – Luiz Gonçalves da Silva, 2º Secretário – Roberto Milagres, 1º Tesoureiro – Sílvio Gonçalves da Silva, 2º Tesoureiro – Carlos Alberto de Paula e Silva, Relações Públicas – Décio Zuccaro, Departamento Jurídico – Idibal de Almeida Piveta, Tribunal de Justiça Desportiva – Renato Domingos, Luís Carlos Fernandes e Geraldo Cardoso Décourt, Conselho Consultivo – Nelson Cadamuro e Illes Bujdoso (titulares) e Antônio De Franco Filho e Flávio Ferraz (suplentes) e Conselho Fiscal – Antônio Miletti Junior, Carlos José Valentim e Felipe Fontes (titulares) e Newton Marques Andrade e Rubens Azevedo (suplentes).

Nos dias 14 e 21 de fevereiro de 1965, foi realizado no edifício da TV Gazeta, o a fase final do II Campeonato Popular de Futebol de Mesa, promoção que contou com a inscrição de centenas de botonistas. Depois de renhidas eliminatórias, doze botonistas defrontaram-se, disputando o título num torneio por pontos perdidos. A classificação final foi a seguinte (entre parênteses, o número da inscrição): 1º – Newton Marques Andrade (122), 2 pontos perdidos; 2º – Illes Bujdoso (138), 4; 3º – Antônio De Franco Filho (7), 6 (melhor gol-average); 4º – Antônio De Franco Neto (1), 6; 5º – Osvaldo A. Santos (388), 7; 6º – Aldo Narcisi (17), 11 (gol-average); 7º – Paulo Édson Zanotti (119), 11; 8º – José Carlos Barroquelo (202), 14; 9º – Gerson Aparecido Denini (352), 15; 10º – Domingos Antônio Rulli (24), 16; 11º – Pedro Luiz da Silveira (10), 18; e 12º – Leopoldo Alves de Almeida (304), 26.

No mesmo ano, decidiu a Federação Paulista de Futebol de Mesa que para a disputa dos campeonatos interclubes, cada agremiação poderia inscrever até nove elementos, dos quais seriam considerados três titulares e seis reservas, não podendo haver substituições durante as partidas.

De 1966 a 1969, a Federação Paulista de Futebol de Mesa continuou promovendo suas competições e ampliando horizontes, como, por exemplo os torneios realizados na cidade de Santos, em parceria com o SESI e o Clube Santista de Futebol de Mesa.

A partir de 1970, não se sabe explicar o motivo, a FPFM deixou de funcionar e de manter em atividades as centenas de praticantes do futebol de mesa.

Foi então que surgiu, em 1971, um novo e importante clube no cenário botonístico paulista, o Grêmio Recreativo Brianezi, que passou a receber diversos praticantes do futebol de mesa de São Paulo em sua sede, à Rua Álvaro Ramos, 900 a 930.

Na falta da FPFM, o G. R. Brianezi foi o maior responsável pela fundação de uma outra entidade com a mesma finalidade, a Federação Paulista de Praticantes de Esportes de Botões, entidade que também não vingou e tinha como presidente Paulo Brianezi, Guilherme Biscasse como 2º Vice-Presidente e Domingos Varo Neto como Tesoureiro, dentre outros.

Mesmo com a Federação Paulista desativada, jogava-se botão por toda a cidade de São Paulo, havia as ligas Campo Belo, Cidade Dutra, Penhense, Aclimação, Cruzeiro do Sul, além de alguns clubes continuarem em atividade, como o Carnot, por exemplo, ou outros que surgiram, como o Elias Howe, clube dos irmãos Pasqualin (Heraldo e Tuti), fundado em 1972, no bairro da Lapa.

Em 1975 são fundados o Grêmio Recreativo Nieto e Grup’s Club de Santos.

Em 1976 foi realizada uma competição interclubes, vencida pelo Elias Howe da Lapa. Dez equipes disputaram a competição, que teve a seguinte classificação final: 1º Elias Howe da Lapa, 2º Grup’s Clube de Santos, 3º Carnot Clube, 4º Unidos na Hora, 5º Arsenal, 6º Olímpicos de Santos, 7º Gresh Clube de Vila Maria, 8º Humildes FM, 9º Nihailos Clube e 10º Cosmopolita.

Na decisão do torneio, defenderam o Elias Howe Rubem Vinadé, Roberto, Adalberto, Paulo Marino, Heraldo, Valdir, Tuti e Wilson. Pelo Grup’s atuaram Davi, Alfredo, Gravina, Novaes, Dalton, Veloso, Cláudio e Fonseca

Em 1977, outro acontecimento que iria, no futuro, ser mais um responsável pelo retorno da Federação Paulista de Futebol de Mesa: o Colégio São Judas Tadeu criou o seu departamento de futebol de mesa em 28 de outubro de 1977, tendo à frente José Christiano Altenfelder Silva Mesquita e Geraldo do Carmo Atienza, dentre outros.

A Liga Paulista de Futebol de Mesa foi fundada em 14 de julho de 1978 e não demoraria para juntar-se aos demais clubes. Dentre vários grandes nomes, um em especial, Harutiun Muradian.

Sendo uma continuação dos Botonistas Unidos da Moóca, o Grêmio Recreativo Riachuelo foi fundado em 13 de junho de 1979 e também trouxe nomes importantes para o desenvolvimento do futebol de mesa paulista, como os irmãos Aissum (José e Paulo), Guilherme Biscasse, Paulo Emílio e Antonio Maria Della Torres.

A iniciativa para a união dos botonistas paulistas e uma possível unificação das regras surgiu quando a Associação Recreativa dos Engenheiros e Arquitetos – AREA decidiu realizar, nos dias 7, 21 e 28 de novembro e 5 de dezembro de 1979, a I Copa AREA de Integração, que acabou reunindo onze clubes que estavam praticando o futebol de mesa em São Paulo, cada um no seu canto. Hideo Ue Filho e Flávio Ferraz, pertencentes ao AREA, foram os organizadores dessa competição que, tendo sido bem sucedida, despertou interesse geral e sua continuidade acabou ganhando corpo.

José Mesquita resolveu remodelar as instalações do Colégio São Judas Tadeu e patrocinar as Integrações.

Foi criada a COFI (Comissão de Organização e Fiscalização das Integrações) e o futebol de mesa paulista entrou em ritmo acelerado, que passou a exigir estudos dos Delegados da COFI quanto a necessidade de um calendário que não impedisse a realização dos torneios internos das agremiações.

Os membros da COFI em 1980 foram: João Mauro Nicoletti (Riachuelo), Eliahou Vidal (AREA), José Roberto Primo (Alfa), Domingos Varo Neto – Mingão (Botunice), Benito Gravina (Grup’s) e Geraldo do Carmo Atienza (São Judas Tadeu).

Nos dias 12, 19 e 26 de julho de 1980 foi disputado, em Santos, o 1º Campeonato Paulista Individual promovido pela COFI, com o título de campeão ficando com Benito Gravina, do Grup’s, seguido de Rubem Vinadé, do Alfa.

Ainda em 1980, surgiram novas agremiações fortalecidas: Paulistano e Bom Conselho.

A nova constituição da COFI para o ano de 1981 ficou sendo: Rafael Barricelli-Lito (São Judas Tadeu), Benito Gravina (Grup’s), Paulo Aissum (Riachuelo), Antonio Maria Della Torre (Botunice), Antônio De Franco (Paulistano), Roberto Richetti (Bom Conselho), Waldir (Som Só Som), José Roberto Primo (Alfa), Táti (Nacional) e Reinaldo Draganov (Grêmio Paulista, novo nome da Liga Paulista). A Supervisão Geral ficou a cargo de Geraldo do Carmo Atienza (São Judas Tadeu) e Hideo Ue Filho (Paulistano).

Aconteceu o 1º Campeonato Paulista de Equipes em 1981, vencido pelo Colégio São Judas Tadeu. Várias alterações foram acontecendo, clubes mudando seus locais de mando dos jogos, fusões e transferências se sucedendo, surgiram os grandes clubes e empresas de grande porte vivamente interessadas em participar do movimento.

Até que, no dia 9 de junho de 1983, nas dependências do Colégio São Judas Tadeu, foi realizada a reunião com o objetivo de fundação da nova Federação Paulista de Futebol de Mesa.

Dias depois, no Clube Atlético Indiano, foi eleita, por unanimidade, a nova diretoria da Federação Paulista de Futebol de Mesa, que ficou assim constituída:

Presidente, Antonio Maria Della Torre;

Vice-Presidente: José Christiano Altenfelder Silva Mesquita;

1º Secretário: Harutiun Muradian;

2º Secretário: Oswaldo Canutti;

Tesoureiros: Paulo Antônio Aissum e Carlos Roberto Maia Bernardelli;

Relações Públicas: Geraldo do Carmo Atienza e Antônio Carlos Bernardo.

O primeiro ato da nova diretoria foi homologar todas as decisões e disputas realizadas até a data da posse pela Comissão de Organização e Fiscalização das Integrações (COFI), que ora era extinta.

De pronto, José Christiano Altenfelder da Silva Mesquita se comprometeu a ceder, graciosamente à nova Federação, uma sala, sanitários, local para reuniões e local para jogos dentro das dependências do Colégio São Judas Tadeu.

São considerados clubes fundadores da nova Federação Paulista de Futebol de Mesa Clube Atlético Indiano, Sociedade Esportiva Palmeiras, Sociedade Amigos de Vila Maria Zélia e Grêmio Desportivo e Recreativo 7 de Setembro, todos de São Paulo, o Ituano Futebol Clube, de Itu, e Clube 2004 de Santos.

O ESPORTE AMADOR

As modalidades amadoras no país são muitas, existem muitas regras regionais, porem, a principio antes da regularização tínhamos nas diversas regiões regras próprias, botões próprios, enfim, muitas diversificações, botãobol (PE), praticava-se a pastilha 1 toque ou regra baiana (BA, RS, RJ, etc.), na região sudeste e parte da região sul praticava-se a modalidade 12 toques até então chamada de Regra Paulista (SP, PR, etc.) e na região central do pais e parte do Sudeste praticava-se a 3 toques ou chamada regra carioca ou confederada (RJ, MG, etc.).

Della Torre foi o grande responsável pelo reconhecimento do Futebol de Mesa como esporte pelo órgão responsável a época o CND – Conselho Nacional de Desportos (hoje Ministério do Esporte), através da Resolução N.º 14, de 29 de setembro de 1988, acatando ao Of. N.º 542/88 e ao Processo N.º 23005.000885/87-18, baseado na Lei N.º 6.251, de 8 de outubro de 1975 e no Decreto N.º 80.228, de 25 de agosto de 1977, assinada pelo seu então Conselheiro-Presidente Manoel José Gomes Tubino, o CND (Conselho Nacional de Desportos) reconhece o Futebol de Mesa como modalidade desportiva praticada no Brasil, como uma vertente dos esportes de salão, no qual se incluem o xadrez e o bilhar, por exemplo. O Futebol de Mesa é praticado oficialmente em três modalidades; (Disco, Bola 12 Toques, Bola 3 Toques). Hoje já temos reconhecido o dadinho e as regras internacionais, dentre as internacionais temos o Sectorball (muito praticado no leste Europeu), Chapas praticada mais na Espanha, o Subbuteo que é outra modalidade também praticada em mesa em grande parte da Europa e outros países em outros continentes, porém, é muito diferente do nosso jogo de botões, isso tudo com a intenção de internacionalizar nos unimos em prol do esporte.

Paralelamente a esse incremento de regras e desenvolvimento de materiais cada vez mais adequados à execução do jogo, em diversas regiões do Brasil, aconteciam os lançamentos pelas grandes fabricantes de brinquedos de jogos de botão, em profusão, pois o futebol atraia e era uma forma de lucro muito grande e o jogo de botão era uma forma de difundir o futebol também, criaram-se muitas “garagens” locais aonde os amigos reuniam-se em torno de mesas de botão para a prática, sendo os mais diferentes tipos de botões, praticados em muitas e diferentes superfícies onde os mesmos deslizavam, até o surgimento do famoso “Estrelão”, mesa de jogo sem cavaletes, produzida pela fábrica Estrela, durante os anos 70.

Botões lúdicos

Muito famosos ficaram os “botões de osso ou de paletó”, que nada mais eram que os botões retirados dos antigos ternos e casacos sociais; dentre esses, uma classe de botões conhecida como “Paulo Caminha”  que marcou época; depois vieram as “capas ou tampas de relógio”, que nada mais eram que os “vidros” ou “acrílicos” provenientes dos relógios que iam para conserto e tinham os mesmos substituídos; finalmente, na década de 1950, surgiram os botões industrializados, de plástico, com adesivos ao centro, contendo os escudos ou mesmo as faces dos jogadores dos times famosos do Brasil e muitos outros.

Confiram alguns modelos famosos:

Os botões BRIANEZI e CRACKE’S

Botões Brianezi, foram muito famosos e utilizados em campeonatos promovidos pelo próprio fabricante, senhor Paulo Brianezi, que foi um grande incentivador do futebol de mesa, fabricou uma quantidade diversificada imensa de clubes nacionais e mundiais.

Os botões Cracke’s eram confeccionados pelo saudoso Guilherme Biscasse grande jogador de futebol de mesa, considerado por muitos um dos melhores.

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Os botões Crak’s do Luiz Gonçalves

Era um fabricante artesão que fazia os botões e os vendia em uma loja da rua 24 de maio no centro de São Paulo.

Os botões de casca de coco

Confeccionados em casca de coco mesmo, que era lixada e formatada em forma de um botão, totalmente artesanal, e muito utilizada por aqueles que não tinham verba para ter algo melhor.

Os "Bolagol"

Eram botões fabricados pela “Plásticos Santa Marina” tendo de início o nome “Futebol Miniatura”; vinham em caixas de time simples ou em caixas de times duplos, as caixas eram assim: Caixa dupla com o nome antigo de “Futebol Miniatura”, Caixa “BOLAGOL” simples, já com o nome Bolagol.
Os fabricantes de botões “BOLAGOL” primaram em fazer uma das maiores coleções de diferentes times do Brasil e estrangeiros de que se tem notícia; a coleção é composta por aproximadamente 130 equipes entre brasileiras, seleções e estrangeiras.

Coleção "Onze de Ouro"

A “coleção onze de ouro” foi feita em homenagem às seleções brasileiras de 1958 e 1962, equipes campeãs mundiais, e os times que possuíam jogadores nestas seleções e que tinham maior destaque à época no Brasil, que eram os paulistas; Palmeiras, Santos, São Paulo, Portuguesa e Corinthians; e os cariocas; Flamengo, Botafogo, Vasco, Fluminense e América. Esta coleção teve duas etapas, a primeira em 1964 e a segunda em 1965; eram botões vendidos em bancas de jornal, em pacotinhos com um botão dentro e para se conseguir as palhetas (apertadeiras ou batedeiras e outros nomes dependendo do estado), goleiros e as traves (goleiras no Sul) era preciso trocar “jogadores chaves” pelos mesmos. A coleção até hoje é procurada pelos colecionadores sedentos por possuir os grandes jogadores de uma época de ouro de nosso futebol.

Os botões "Estrela"

A Estrela lançou, na década de 50 os conhecidos e procurados “canoinha” que eram botões com o rosto do jogador em preto e branco eram times de São Paulo e Rio de Janeiro, eram lançados inúmeros times com escalações alteradas, houve casos de jogadores que foram publicados em uns três times diferentes.

Já na década de 1970 a estrela criou um novo botão, mais alto, porem mais barato e de menor qualidade que o famoso “canoinha”, eram eles “o estrela chutador” ou “panelinha”, após a “Estrela” lançou a mesma série com escudos dos clubes de futebol do Brasil.

O botão de "Banca de Jornal"

Quase que concomitante ao lançamento dos botões Onze de Ouro, a febre do jogo de botão invadiu o Brasil e foram lançadas algumas séries denominadas: “Craques da Pelota”, onde existia o “patente requerida” e “marca registrada”, brincadeira derivada do fato de vir escrito atrás da chapinha que prendia o rosto do jogador, estas palavras. Também criaram a série “Ídolos do Futebol” que além de ser vendida em bancas de jornal, era encontrada também nos grandes magazines.

O botão "Gulliver"

O último modelo que veio com o rosto dos jogadores de futebol impresso, era a série Gulliver, que teve algumas variações, dentre elas um botão chamado “cristal”. Estes dois últimos modelos são vendidos ainda hoje em grandes magazines, porém, apenas com os distintivos de grandes clubes de futebol e seleções.

Diversos

Encontramos também os botões de plástico, de diversas marcas, que são dados pelos pais, tios, avós, enfim como presente as crianças para a pratica do brinquedo jogo de botão, vendidos em profusão em magazines e lojas populares até os dias de hoje.

Entidades do esporte

A CBFM (Confederação Brasileira de Futebol de Mesa), fundada em 06 de setembro de 1992, regula e orienta a prática do esporte no Brasil.

Após o reconhecimento institucional do Futebol de Mesa como esporte, as modalidades passaram por um crescimento estrutural e conceitual sem precedentes. As federações estaduais foram organizando-se e ganhando “status” semiprofissional e atualmente, existe uma interligação estrutural entre os eventos promovidos pelas federações estaduais.

A Confederação e as federações de futebol de mesa (futmesa) desenvolvem campeonatos nacionais e estaduais individuais e por equipes.

 

Modalidade 12 Toques

Inicialmente conhecida como “Regra Paulista”. Suas principais características, cada partida tem a duração de 20 (vinte) minutos e é disputada em 2 (duas) fases de 10 (dez) minutos, com intervalo máximo de 5 (cinco) minutos entre a primeira e segunda fases. Estando um jogador com a posse de bola, este terá direito a um limite coletivo de 12 (doze) toques, sendo que se até o 12º toque não houver chute a gol, será punido com tiro livre indireto cobrado do
local onde a bola estiver estacionada. Esta regra obedece ao limite coletivo de 12 (doze) toques, terá direito a 3 (três) toques ou acionamentos consecutivos. Se ocorrer um quarto acionamento consecutivo, será punido com tiro livre indireto cobrado onde ocorreu o toque excedente.

O Campeonato Brasileiro Individual da modalidade Bola 12 Toques é disputado desde o final dos anos 80, mais precisamente em 1989, dele participam os melhores botonistas da modalidade de cada Estado do Brasil, que se classificam para o evento mediante um sistema de “vagas” distribuídas pela Confederação Brasileira de Futebol de Mesa às federações estaduais.

O Campeonato Brasileiro de Clubes da modalidade Bola 12 Toques é disputado desde de 2007 com clubes dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Alagoas e Piauí. Nas três vezes que foi disputado (2007, 2008 e 2009) a Sociedade Esportiva Palmeiras sagrou-se campeã mundial. Em 2009 foi realizado na cidade de Budapeste (Hungria) o primeiro Campeonato Mundial da modalidade Bola 12 Toques, sendo o Brasil sagrado campeão por equipes e o atleta Marcos Paulo Luparini Zuccato, mais conhecido como Quinho, o primeiro campeão mundial individual.

Modalidade 3 Toques

Popularmente conhecida como regra Carioca, cada partida tem a duração de 40 (quarenta) minutos com 2 (dois) tempos de 20 minutos, e intervalo de 5 (cinco) minutos entre o primeiro e segundo tempo.
Estando um jogador com a posse de bola, este terá direito a um limite coletivo de 3 (Três) toques, sendo que no segundo lance deverá passar a bola a outro botão , para ter direito ao 3º toque.
O chute a gol só é permitido quando seu primeiro lance for executado no campo de ataque.
Os jogadores são discos circulares, semelhantes a botões com diâmetro máximo de 60 mm e mínimo de 45 mm, e sua altura máxima de 1 cm, podendo ser de qualquer cor ou combinação de cores, sendo confeccionados em acrilico, paladon, resina ou algo similar.
Os botões de uma mesma equipe poderão ser de tamanhos diferentes, porém padronizados seguindo uma mesma uniformidade, e todos devem estar numerados.

Texto: CBFM

Modalidade 1 Toque

Popularmente conhecida como “Regra Baiana”, possui duas vertentes (“Liso”, onde os botões são lisos por baixo, e “Livre”, onde os botões são cavados por baixo) e é a modalidade há mais tempo organizada. A abrangência da modalidade é nacional, embora a vertente “Liso” tenha maior concentração nos estados do nordeste e Espírito Santo e a vertente “Livre” no Sul e Sudeste.
Além disso talvez seja a modalidade que exija maior técnica, habilidade e raciocínio do jogador. A primeira Associação dedicada a esta Regra foi estabelecida em 1959, em Alagoinhas (BA), permanecendo em atividade ininterrupta até os dias de hoje.

Texto: CBFM

Modalidade Dadinho

Suas principais características, cada partida tem a duração total de 14 (quatorze) minutos e é disputada em 2 (duas) fases de 7 (sete) minutos, com intervalo máximo de 1 (um) minuto entre a primeira e segunda fases. Estando um jogador com a posse de bola, este terá direito a um limite coletivo de 9 (nove) toques. É jogado com um cubo confeccionado em acrílico ou material semelhante, geralmente na cor amarela, conhecido por “dadinho”.  A modalidade tem competições regionais e nacionais.

Sectorball

É um esporte praticado notadamente no leste da Europa pela similaridade que existe entre o sector e as modalidades 1 e 3 toques brasileiros, a regra internacionalizou e hoje já é muito praticada em nosso pais.

Chapas

É um esporte praticado notadamente no leste da Europa pela similaridade que existe entre o sector e as modalidades 1 e 3 toques brasileiros, a regra internacionalizou e hoje já é muito praticada em nosso pais.

Subbuteo

O Subbuteo é um jogo de futebol de mesa, que se joga com figuras antropomórficas a uma escala reduzida e reunidos em equipas, cada uma formada por dez jogadores de campo (uma figura de plástico representando um jogador inserido numa base tipo calota esférica) e um goleiro (uma figura de plástico representando um goleiro preso a uma barra plástica/metálica com cerca de 10 centímetros de comprimento) num campo de tecido verde com gols fixos.

O Futebol de Mesa, tal como ele é jogado no Brasil e suas variações, é praticado em diferentes países, entre eles, Argentina, Uruguai, Chile, Espanha, Hungria, Romênia, República Tcheca, Sérvia, Croácia, Suíça, Rússia, Ucrânia e Japão.

Material utilizado

Não fica difícil imaginar porque o nome futebol de mesa é lógico, já que é um futebol com botões jogado em cima de uma mesa. Então a partir daí se encontrou o material ideal para se jogar, a madeira. O material mais utilizado para confecção das mesas hoje é chamado de aglomerado, uma placa prensada e resistente constituída de partículas da madeira. Com o tempo os botões foram evoluindo e deixaram de ser apenas botões de roupas e passaram a ser feitos de coco, tampas de relógio, osso, plástico, fichas de pôquer, galalite até chegarmos aos dias de hoje em que são feitos de acrílico ou madrepérola sob medida, dependendo do gosto e técnica de cada botonista. Os botões hoje são feitos em diversas cores, formatos e tamanhos, sempre dentro das medidas mínimas e máximas de cada regra, alcançando um alto grau de requinte e sofisticação, até mesmo com escudos de times famosos embutidos. Fazendo com que hoje existam diversas lojas nos estados que praticam a modalidade especializada no esporte. Apesar de toda essa evolução, nunca perderam o nome de botões. Os goleiros também no passado sempre foram sempre improvisados, principalmente com caixas de fósforo nas quais era colocado todo tipo de material para que ficasse pesado, como pedras, barro, chumbo derretido e pilhas usadas. Posteriormente se cobria a caixa de fósforos com fitas crepes ou isolantes dando um formato bonito ao goleiro, que hoje também é feito com o mesmo material utilizado nos botões. Já as traves foram os componentes que menos se transformaram, anteriormente feitas de madeira, cujo material continua sendo utilizado por algumas modalidades e hoje se utiliza também o arame feito de ferro galvanizado, pintado de branco. As redes são feitas de filó. E as palhetas que também eram os próprios botões, depois passaram a serem as fichas de pôquer ou até tampas de maionese, pois era necessário que fossem mais finas para acionar os botões. Também são feitas de acrílico ou madrepérola hoje
assim como os botões. A bola mesmo chegou a ser um botão, claro que dos menores, mas depois se passou a utilizar miolo de pão, papel laminado e hoje são feitas de feltro ou plástico sob medida também de acordo com cada regra, podendo ser esféricas ou achatadas

Hino do botonista

Letra e Música: Geraldo Cardoso Décourt

Letra

Botonista eu sou com justo orgulho
Boto muita fé no meu botão
Botonista eu sou com muita honra
Isto é verdade, eu não me arrependo não
Botonista eu sou com persistência
Jogo a qualquer hora com prazer
Pois jogando em qualquer regra! Eu vou praticando o meu lazer – bis –
Eu jogo limpo, jogo sério sem esbulho,
Pois para mim adversário considero como irmão
Aviso logo para quem jogar comigo que somente me vencendo poderá ser campeão – bis –

Somente no Brasil o Futebol de Mesa pode se orgulhar de ser um fator de congraçamento nacional, de reunir, ao mesmo tempo, jogadores dos 13 aos 80 anos de idade, de contrapor, nas mesas, Médicos, Professores, Estudantes, Advogados, Engenheiros, Office-Boys, Aposentados, etc., mostrando que:

"O FUTEBOL DE MESA, ACIMA DE TUDO, FAZ AMIGOS!"

Fontes:

  • Arquivos da Federação Paulista de Futebol de Mesa
  • Arquivos da Confederação Brasileira de Futebol de Mesa
  • Arquivo pessoal de José Jorge Farah Neto
  • Arquivo pessoal de Carlos Claudio
  • Livro Botoníssimo de Ubirajara Bueno
  • Sites e blogs de clubes, federação e admiradores
  • Jornal A Gazeta Esportiva
  • Jornal Diário Popular
  • Revisão Elias Gaba